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Depois em Seguida

CULTURA | MUNDO | ENTREVISTAS | OPINIÃO

02 de Fevereiro, 2018

'Gente Aparentemente Normal' de Jorge Santos

"Conheci" o Jorge Santos numa livraria de uma pequena vila, Mortágua (Viseu). Gosto de ler as biografias dos escritores (à espera de uma revelação curiosa). Jorge Santos nasceu na "minha" cidade - Santa Comba Dão - e, com apenas 3 anos, foi viver para Braga. Comprei o 'Dez' e o 'Fragmentos', diferentes.

 

 

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 © Inquietud'e

 

Em Dezembro (2017) foi apresentado o seu novo livro,'Gente Aparentemente Normal', pela editora Inquietud'e. Um romance divertidíssimo, uma sátira à mudança, com um amor intransigente e um prédio a cair. Uma história de televisão.

 

O livro está brilhante para ser adaptado a uma série ou filme.


"- Na realidade, tinhas razão. As pessoas só mudam se estiverem interessadas em mudar.", a premissa. Isto pode, provavelmente, ser diferente para cada um de nós. A mudança exige muita atenção, aparentemente normal.


'Gente Aparentemente Normal' não é um livro de auto-ajuda mas, tem passagens terapeuticas, de qualidade excecional e de fácil reflexão, num diálogo sinérgico.

 

São mais de dez personagens, todas principais (no meu entender); nenhuma consegue quebrar o ritmo da história, acrescentando mais audácia ao romance no final de cada capítulo.


"Há coisas que não podem ser explicadas (...) Temos de as aceitar como são. Não aqui, - apontando para a cabeça - mas aqui. - Pôs a mão no coração. - Sentir é mais importante do que saber. Acreditar é mais recompensador do que comprovar a verdade." E mudar? Será assim tão fácil? O amor dado volta para nós? Esta será mesmo a verdade? De 'Gente Aparentemente Normal'?

"Quando te libertares, serás normal."

 

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  © Inquietud'e

"De perto ninguém é normal"

Caetano Veloso 

Rodrigo é o maníaco. "Mesmo que vencesse, perder-me-ia."


"Nunca vais ter apenas boas cartas. Mas tens de aprender a jogar como se as tivesses." Vera, toda-poderosa. "Estás pronto? Ainda podemos fugir."


O Cerqueira é o suspeito. "São as pessoas que lhes tiram essa mesma dádiva, assim como retalham as suas próprias liberdades."


A D. Clotilde, em-nome-do-pai-do-filho-e-do-espírito-santo. "As bestas continuam bestas para sempre." "O pânico revela a pessoa, dissolve as máscaras."

A Aurora e o Rui, o amor e a ilusão. "Amar era, realmente, lixado." "Porque é isso o amor. Uma ilusão." "A ilusão de ser feliz."


Nuno e a Luísa, os inteligentes do romance. A inteligência estraga tudo nos outros ou não.


O Pedro, o passado e o presente, a ligação do ficar e do partir. " Quem somos nós para julgar o que é normal ou não?"


A Amélia é o medo da solidão. "Todos nós perdemos, pelo menos uma vez na vida."

 

Adriana, a desaparecida. Um prédio inteiro num livro.


"Há muito tempo que não bebia nada assim..." no final.