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CULTURA | MUNDO | ENTREVISTAS | OPINIÃO

04 de Março, 2018

SOPRO, de Tiago Rodrigues / TNDM II (Um Ponto Feliz)

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©Filipe Ferreira

 

“Ponto” era um profissional do teatro responsável por “assoprar”, em voz baixa, as falas que deviam ser repetidas, em voz alta, pelos actores. (PUCRS)
 
Sopro, agitação do ar provocada pela boca; assopro.

 

A peça de Tiago Rodrigues - Sopro - é um murro no estômago. Estreou no Festival de Avignon (França), foi apresentado no Teatro Nacional D. Maria II e chegou a Viseu, ao teatro Viriato, único co-produtor a nível nacional.  É um sopro. Uma sombra que permanece em silêncio (e fica quando tudo acaba). A morta. A vida. O tempo que nos faz chorar e pensar. A ruína do tanto, o verde das ervas que crescem no palco sem corpos, sem ninguém. O vento da rua.  "E, sobretudo, não morrer." Fez-me lembrar a 'Germana, a begónia' de Ricardo Fonseca Mota, interpretada pela actriz Gi da Conceição. Será a morte o mistério da vida?


"Ser vencido, talvez, mas vencido pela vida".

 

A Cristina Vidal é um ponto em movimento, a tragédia, o amor, a partida, a chegada, a sombra das sombras. "O maior elogio é ignorar a sua presença." (Gonçalo Frota, Ípsilon). A Isabel Abreu é um monstro em palco, é um teatro inteiro; fazia anos. Beatriz Brás é uma surpresa, será muitos palcos. João Pedro Vaz e o Vítor Roriz, o humor e a fantasia. A voz da Sofia Dias é comovente. 

 

Parabéns a todos os pontos (ponto)


Viseu ganhou.

Aplausos. 

____

"O que aconteceria se um teatro se desmoronasse e nos seus escombros só encontrássemos um sobrevivente: o ponto? A protagonista de Sopro não é uma atriz mas uma mulher chamada Cristina Vidal, que trabalha como ponto no D. Maria II, há mais de vinte e cinco anos. Acompanhada em palco por cinco atores e centenas de fantasmas, esta guardiã de uma profissão em vias de extinção vai evocar as histórias reais e ficcionais de um teatro agora em ruínas. Que teatro habita a sua imaginação e a sua memória? Que mundo nos pode dar a ver usando apenas o seu sopro invisível?"

 

Texto e encenação Tiago Rodrigues
Com Beatriz Brás, Cristina Vidal, Isabel Abreu, João Pedro Vaz, Sofia Dias e Vítor Roriz
Cenografia e desenho de luz Thomas Walgrave
Figurinos Aldina Jesus
Sonoplastia Pedro Costa
Assistente de encenação Catarina Rôlo Salgueiro
Produção TNDM II
Coprodução ExtraPôle Provence-Alpes-Côte d’Azur, Festival d’Avignon, Théâtre de la Bastille, La Criée Théâtre national de Marseille, Le Parvis Scène nationale Tarbes Pyrénées, Festival Terres de Paroles Seine-Maritime – Normandie, Théâtre Garonne scène européenne e Teatro Viriato
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