Pedro Paulos é “O Melhor de Sempre” do Canal Q. Homem dos sete ofícios e do Benfica.
De duas em duas semanas, ao longo de uma hora, explora (podcast) os caminhos menos percorridos da música portuguesa – paixão – em Brandos Costumes (responsável por todas as fases de produção, entrevistas e gestão).
Prova Oral, Obrigado, Internet! e A330 da Antena 3, têm uma costela do Pedro. Escreve para o Observador e Vice. No Cego, Surdo e Mundo, esteve envolvido na produção de Monstros do Ano e no Festival Termómetro, o mais antigo concurso de bandas em Portugal.
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©Rita Romeiras
Re-tratamento VS A Portuguesa?
Re-tratamento. Eu acredito na evolução das coisas. A música Portuguesa pode sempre ter tido muita coisa boa mas a verdade é que ainda há muitas mais que têm que aparecer. O meu sonho é que não precise de existir um Brandos Costumes daqui a 20 anos, porque já há uma maior abertura para o que se faz por cá. Peguem no que é velho para fazer coisas novas incríveis.
Mindfulness VS Brandos Costumes?
Diria a primeira, apesar do segundo ser o título do podcast que faço em conjunto com a Marta Rocha. Eu acho que a ideia de progresso e atenção ao que se passa à nossa volta importante. Tentar ser sempre um pouco melhor e, de preferência, que não seja porque estamos a ser demasiado desatentos ao que estamos a fazer agora.
Amuleto VS Coincidência?
O amuleto só pode ser o teu trabalho e a tua dedicação, isso é que traz a maioria das coisas boas. Quer dizer, pelo menos é o que tenho reparado. Não trago grandes certezas para a mesa. A coincidência traz muita coisa boa também, mas é demasiado imprevisível para mandar na coisa.
Anzol VS Âncora?
Anzol. Nada na vida é estanque, temos que estar sempre à pesca.
Funk VS Fado?
Com o devido respeito ao Fado mas eu sou mais do Funk. São os dois importantes, atenção. Mas o primeiro ganha na minha vida.
Memórias VS Respeito?
As memórias é que fazem uma boa entrevista. Histórias do passado, sejam boas ou más, com uma boa atitude ou não sobre o passado. São as memórias que nos guiam.
Festival da Canção VS Grammy Award?
O primeiro, claro. Tanta música boa desde a primeira edição. Quero lá saber das maiores bandas do mundo a receberem prémios.
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©Rui Laia Ribeiro
Guitarra VS Abraços?
Adoro tocar guitarra mas sou péssimo. Sou muito melhor a dar abraços.
Cinema VS Microfone?
Gostava de fazer cinema, televisão, séries e muito mais. Por enquanto ganha o microfone. Foi uma coisa que não nasceu comigo, mas que descobri há poucos anos. Espero fazer muito mais.
Perder Vs Ganhar?
Costumo dizer que tenho tanto de sorte como de azar e, sobretudo, que vem tudo ao mesmo tempo. Há semanas onde não acontece nada, outras onde acontece tudo. Na minha vida perco muito e ganho muito, e só os mais próximos sabem disso. Por cada projecto que acontece há muitos que ficam pelo caminho, muitas propostas que não chegam ao porto. E quando chegam muitas vezes lidas com insegurança e o desconforto, que são óptimos para melhorares. Perder dá-nos fome, motiva-nos e, claro, preocupa-nos. Faz-nos lutar pelo nosso futuro. Mas é claro que prefiro ganhar.
Aos 20 VS Aos 30?
Os 30 trataram-me muito melhor que os 20. Os 20 foram anos de plena mudança, de muita derrota e de construção de algo que só agora me apercebi que estava a construir. O final foi bom porque foi para ai aos 28 que cheguei aqui. Os 30 são recentes e estão a ser loucos, mas muito divertidos. Vou tentar que os 30 continuem a ser resposta certa quando chegar aos 40.
Observador VS Sentimental?
A oportunidade de escrever no Observador foi única e ainda hoje tenho de agradecer ao Tiago Pais por me ter sugerido para escrever lá e ao Miguel Pinheiro por ter apostado em mim. Se estivermos a falar de mim, acho que o primeiro também é o que tem importância. Encontrar uma música ou história escondida é observar e ver o que muita gente não reparou. Com o ângulo certo de observação, muitas coisas banais se tornariam história.
Amor VS Iluminado?
Amor. Não me sinto um iluminado. Sinto que foi o amor pelas coisas que faço e pelos que me rodeiam, e o amor deles por mim e pelo que fazem - ou o que eu faço - que fez a faísca para esta fogueira.
Imaginação VS Crítica?
Imaginação. Toda a gente está a tentar o seu melhor. Prefiro achar caminhos para fazer coisas novas e envolver aqueles que admiro pessoalmente e profissionalmente.
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©Arquivo Pessoal
Episódio VS Pessoas?
As pessoas fazem tudo. A tua noite melhor, o teu trabalho melhor, a tua vida melhor, a tua refeição melhor e por aí fora.
Silêncio VS Saudade?
Tenho saudades de tantas pessoas. Tento dizer coisas mais vezes do que consigo, gostava que o fizessem mais vezes comigo também.
Entorse VS Amigos?
Enfim, só um burro é que escolhia uma entorse. Os amigos, sempre. E para aqueles que tentam logo separar os conhecidos dos amigos, esses também. É sempre bom fazer mais, adoro empatia.
Vice VS Mr. President?
Vice. Tentar fazer coisas diferentes, conhecer coisas diferentes e não ficar agarrado ao presente enquanto se torna o passado.
Conservadores VS Malta das artes?
Malta das artes. É engraçado porque este é um título de um artigo sarcástico onde brinco com os 2. A verdade é que fui bastante incompreendido. Claro que a malta das artes é superior em tudo, menos a fazer dinheiro.
Top VS Surpreender?
Surpreender, se for pela positiva, é sempre a ambição. É a punchline do trabalho e da vida.
Obrigado, Pedro.