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Depois em Seguida

CULTURA | MUNDO | ENTREVISTAS | OPINIÃO

25 de Junho, 2019

THE BARE CONCEPT | Pare, Escute e Olhe!

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As pessoas sensatas respeitam o aviso «ATENÇÃO! PARE, ESCUTE E OLHE!», quer dizer, umas mais devagar e outras de forma mais presente. Para os tempos apressados que vivemos é importante voltar a “colar” o nosso cordão umbilical às raízes.  E percebemos que é - também - importante regar e cuidar, construir a casa onde moramos.

 

Voltar às raízes, educar públicos e lutar contra as coisas supérfluas, despindo todos os participantes de existencialismos, de forma a enaltecerem um equilíbrio sustentável com o universo são os objectivos da empresa – THE BARE CONCEPT –  de serviços na área dos retiros e workshops à conexão com o corpo, mente, arte e natureza.

 

André Salgado e Ricardo Salgado são os fundadores desta recente empresa assente em cinco pilares: Bare, Mindfullness, Arte, Kokoro e Natureza. 

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“Acreditamos que este tipo de serviço são o futuro para a humanidade, pois o ser humano caminha para uma necessidade maior de contacto com a natureza e o com o seu eu interior, onde a meditação e introspecção fazem parte deste volte-face urgente na nossa qualidade de vida. É a altura certa para dizermos basta a este mundo instantâneo, cujas necessidades de corpo e mente estão em segundo plano face a coisas supérfluas”, conta Ricardo.

 

Seja em regime de retiro ou workshop, os fundadores deste projeto acreditam que “um evento de sucesso tem que ser planeado de uma forma equilibrada, onde é necessário reunir momentos de exercício físico, descontração, alimentação saudável e socialização”. Deste modo, fazem-se munir dos seus conhecimentos teórico-práticos sobre um estilo de vida relacionado com o zero waste e slow living, para que todos os participantes vivam muito mais do que uma experiência, mas sim “a primeira barreira da desconstrução mental do que é viver uma green life”, refere André.

 

“Foram três dias de práticas intensas e no último dia fomos surpreendidos pela organização com um concerto de celebração, com taças de cristal, maravilhoso. Espero que em todos os retiros estas vivências em surpresa estejam presentes. Foi o retiro que sempre desejei fazer. A The Bare Concept é mesmo uma forma de inspiração para quem quer iniciar o seu processo de conexão com a natureza, com a alimentação e com as pessoas, bem como para aqueles que já sentem essa ligação.”

Susana Vie, uma das primeiras participantes.



A The Bare Concept pode ser acompanha em:
https://www.thebareconcept.com/
https://www.instagram.com/the.bareconcept/
https://www.facebook.com/thebareconcept/
https://www.linkedin.com/in/the-bare-concept-180272182

18 de Junho, 2019

`GERMANA, A BEGÓNIA´, de Ricardo Fonseca Mota / Edições Esgotadas

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"Eu não vou morrer, porque não existe morte para quem morre. (...)

Eu não vou morrer, vou só acabar."

 

Germana descreve-se com «um gosto aprumado». «Cientistas anunciam que o fim do mundo é inevitável e está para breve». Como seríamos, se não tivéssemos inventado a eternidade?

 

Fechada em casa, ofendida e em “desgraça”, Germana vive complementada pela memória do pai, pelos livros – «Já li os que estão de pé (...) deitados são os que não li.» –,  pelo medo  que  lhe ardia no peito e que lhe passava pela mente (o fim do mundo ou o princípio da vida: o amor?).

 

`Germana, a begónia´ procura a morte perfeita para afirmar o amor como vida, a vida enquanto tudo e nada.  “Morrer é dizer adeus. Melhor, morrer é ter quem nos diga adeus.”  Somos  begónias, está nos genes.

 

No final, o autor fugira com ela, sem contar nada a ninguém, deixando para trás a sombra. « De onde vem este poder macabro de não querer estar com ninguém, quando quero estar com todos?»

 

´Germana, a begónia` estreou a 14 de Outubro de 2017, encenada e interpretada por Gi da Conceição, no Centro Cultural de Tábua, numa produção da Companhia de Teatro Perro.

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©TeatroPERRO

17 de Junho, 2019

´PRIMEIROS DESENHOS´, Exposição de Tiago Carvalho / Biblioteca Municipal João Brandão

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Diz homem, diz criança, diz estrela.
Repete as sílabas
onde a luz é feliz e se demora.

Volta a dizer: homem, mulher, criança.
Onde a beleza é mais nova.

Eugénio de Andrade


O Tiago tem cinco anos e desenha verdadeiras obras de arte com um efeito mágico a brincar. Os desenhos são feitos a partir de um ponto central: o que vê e o que vai no seu imaginário, que ganham vida e valem histórias.

 

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©Biblioteca Municipal João Brandão

 

Traços, cores, rãs, girinos, girafas e dinossauros proporcionam um bom contacto com a natureza, explicando o modo simples dos sonhos, da vida e do amor parental. 

Não houve dúvidas: nós somos felizes naquela sala, o medo não existe,  nem a artificialidade.

 

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©Biblioteca Municipal João Brandão

Com a certeza que dará um contributo precioso à sociedade.

 

Felicidades, Tiago.

 

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©Biblioteca Municipal João Brandão

tiago.jpg©Biblioteca Municipal João Brandão

 

Durante todo mês de Junho, Biblioteca Pública Municipal João Brandão.

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09 de Junho, 2019

ANDAM FAUNOS PELOS BOSQUES (Aquilino Ribeiro), de Florbela Sá Cunha / Grupo Off (AFTA)

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©Fríz Frítz Photography

"Perguntou-lhe então quem era, ao que o outro, oferecendo-lhe tâmaras, respondeu: Sou Mortal, um dos habitantes do ermo e chama-nos a gentilidade, em seu error, faunos, sátiros e ainda silvanos. E Santo Antão seguiu seu caminho, perturbado, doído da condição e ruins manhas daquele seu irmão anacoreta. Por isso Santo Agostinho exclamava mais tarde: averigue-se se são gente e suscetíveis de ser baptizados.”

 

Arriscar adaptar a obra “Andam Faunos pelos Bosques” de Aquilino Ribeiro de forma coerente, sem que exista uma superioridade em relação à obra original, não é para todos. Arriscar estrear uma peça – que podia ser mal interpretada pelos cristãos – numa aldeia cristã (Vila Chã do Monte, Torredeita) não é para todos. Conseguir um espaço acolhedor e encantador (casa do professor Adélio Saraiva), cheio de tradicionalismos e memórias também não é para todos. 

 

Não há dúvida de que, a Florbela Sá Cunha, arriscou conscientemente e ganhou, conhecendo as consequências que são inerentes à adaptação – possível – desta obra.

 

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©Fríz Frítz Photography

 

“Andam Faunos pelos Bosques” ganhou desde a primeira cena, num espaço malicioso e necessário. Gabriela Coutinho (Micas) e Francisco Poppe (Fauno) estimularam, de forma precisa, a acção ao pensamento, provocando reacções com vários significados.

 

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©Fríz Frítz Photography

 

Há uma preocupação certeira na articulação do vocabulário, originalidade na encenação e no «fazer bem» por parte de todos os actores e actrizes.

 

Todos são protagonistas - Sérgio Tiago Silva, Magui Quintal, João Almiro , Rafael Lopes, Francisco Poppe, Manuela Coelho Antunes, Isabel Brito Moura, Helena Figueiredo, Lu Vilhena, José Carlos Leorne, Sandra Correia, Irene Telo de Castro, Gabriela Coutinho, Carlos Cruchinho - na verdadeira discussão: Quem tem atacado as jovens daquela região?

Homem, animal ou o Diabo?

 

Aplausos. 


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©Fríz Frítz Photography

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Produção: AFTA 

Criação: Florbela Sá Cunha 

Adaptação: Andam Faunos pelos Bosques, de Aquilino Ribeiro 

Duração estimada: aprox. 120 min. 

Interpretação: Sérgio Tiago Silva, Magui Quintal, João Almiro , Rafael Lopes, Francisco Poppe, Manuela Coelho Antunes, Isabel Brito Moura, Helena Figueiredo, Lu Vilhena, José Carlos Leorne, Sandra Correia, Irene Telo de Castro, Gabriela Coutinho, Carlos Cruchinho

09 de Junho, 2019

CICARE, de Gi da Conceição / Teatro Perro

61423471_419504545299611_56267288508104704_n.jpg© André Rodrigues 

" - Cicatrizes físicas tem?
- Sou uma manta de retalhos."

 

É preciso que a cicatriz possibilite a continuação, a liberdade e o amor (caso contrário não é uma cicatriz, é a Morte).

 

O projecto Cicare (TEATRO PERRO) é um processo criativo com direcção artística, dramaturgia e encenação de Gi da Conceição – o sonho só existe porque assim o desejam –, tem uma atitude positiva em estímulos e agitação emocional, liberdade no decurso e amor em memórias frágeis; e no fim, não se torna Morte. Tem o movimento certo de tempo na mudança de cena, a inocência, a necessidade de segurança entre actores e os objectos certos nos lugares exactos.

 

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©Teatro Perro

 

Gi da Conceição já nos habituou a amplas janelas dando lá para fora, que consistem em munir o nosso consciente, a ultrapassar a “nossa” solidão, dizer não à violência, acreditar na «daquilo que somos feitos, da terra onde vivemos».

 

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©Teatro Perro

 

Ana Cristina Campos, Ana Martins, Diogo Gonçalves, Inês Loureiro, Otília Fonseca, Palitó, Paula Eliseu e Paulo Rodrigues dão vida as cicatrizes, pedindo-lhes a importância de cada gesto ou movimento, de cada pausa ou suspiro, de cada palavra baseada em depoimentos reais, demonstrando dedicação e trabalho em 50 minutos de peça. Parabéns. 

 

Aplausos...

 

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Produção: Teatro Perro | Gambiarra
Criação: Gi da Conceição
Duração estimada: aprox. 50 min.
Interpretação: Ana Cristina Campos, Ana Martins, Diogo Gonçalves, Inês Loureiro, Otília Fonseca, Palitó, Paula Eliseu, Paulo Rodrigues

 

Nota.
Falo de amigos, 
cuja análise se torna extremamente dificil.